O câncer de mama é um dos tipos de câncer que representa em todo o mundo
uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam
o aumento de sua freqüência tanto nos países desenvolvidos quanto nos
países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes em suas taxas
de incidências ajustadas por idade nos registros de câncer de base populacional
de diversos continentes.
No Brasil, o câncer, de forma geral, é a terceira maior causa de mortes
no país (11,84% do total dos óbitos) e a segunda doença que mais mata
(27,63% do total) perdendo apenas para as doenças cardiovasculares.
Segundo as "Estimativas da Incidência e Mortalidade por Câncer no Brasil
em 2000" publicadas anualmente pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA),
deverão ser registrados 284.205 casos novos e 113.959 óbitos por esta
doença, no ano de 2000, em todo o país. Para o sexo masculino, são esperados
138.755 casos e 61.522 óbitos, enquanto que para o sexo feminino são
estimados 145.450 casos com 52.437 óbitos. Diante das estimativas do
INCA, o principal tipo de câncer que acometerá a população brasileira
no ano de 2000 deverá ser o de pele não melanoma (42.305 casos novos),
seguido pelo de mama (28.340), de pulmão (20.082), de estômago (19.860)
e do colo do útero (17.251). Entre as mulheres, o de mama continua sendo
o maior causador de mortes por câncer, com 8.232 mortes, seguido pelo
de estômago (3.610); colo de útero (3.606); cólon e reto (3.565). Embora
as mamas não sejam primariamente órgãos sexuais, é hábito na cultura
americana erotizá-las, e fazer delas símbolos de feminilidade e desejo
sexual. Esse fato adicionado ao alto índice de mortalidade causado pelo
câncer de mama, demonstra que essa doença é provavelmente a mais temida
pelas mulheres. Porém, ela é relativamente rara antes dos 35 anos de
idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rapidamente
e progressivamente.
Causas do Câncer de Mama
As causas de câncer de mama são ainda desconhecidas e infelizmente qualquer
mulher pode vir a ter. No entanto, há determinados grupos de mulheres com
maiores possibilidades de terem a doença. Essas mulheres têm em comum certas
características denominadas fatores de risco:
- reprodutivos e hormonais: incluem menarca precoce (primeira menstruação
antes dos 11 anos de idade), menopausa tardia (última menstruação após
os 55 anos), idade do primeiro parto após os 30 anos, nuliparidade (nenhuma
gestação);
- genético: fator muito importante, e é o mais aceito na comunidade
científica, onde mulheres com mãe ou irmã com câncer de mama apresentam
duas a três vezes mais risco; e, se ambas, mãe e irmã, tiverem a doença,
o risco aumenta ainda mais, especialmente se a doença tiver ocorrido antes
da menopausa.
- clínicos: são apresentados em mulheres que já tiveram câncer de
mama em uma das mamas, já que todos os fatores determinantes do câncer de
mama permanecem e se direcionam à outra mama.
Defesas: o Auto-Exame e Amamentação
As pesquisas, segundo o INCA, indicam um impacto significativo do Auto-Exame
da Mama (AEM) na detecção do câncer, registrando-se
tumores primários menores e menor número de linfonodos
auxiliares invadidos pelo tumor (ou por células neoplásicas)
nas mulheres que fazem regularmente. A sobrevivência em cinco
anos tem sido de 75% entre praticantes do AEM contra 57% entre as não-praticantes.
Além disso, já há bastante tempo sabe-se que a amamentação, especialmente
quando prolongada, contribui para reduzir o risco do câncer de mama
nas mulheres. Em estudo publicado no International Journal of Epidemiology
(1999;28:396-402, Jun-1999) pesquisadores da Universidade da Carolina
do Norte (EUA) demonstraram que a amamentação pode reduzir o risco de
desenvolvimento de câncer de mama em até 30%. O estudo foi realizado
com os dados do Carolina Breast Cancer Study e incluiu 751 mulheres
que amamentaram pelo menos um filho e 743 controles. As mulheres entre
20 e 49 anos que amentaram tiveram uma diminuição de 20% no risco de
câncer de mama e as com idade entre 50 e 74, uma redução de 30%. Foi
observado também que a amamentação diminui o risco independentemente
do número de filhos amamentados e idade materna na primeira e na última
amamentação.
Fontes:
INCA
- Instituto do Câncer
MITCHELL
JR., G.W. Mastologia Prática. Revinter, 1988.
DAVIES, D.H; DANCE, D. R. Automatic computer detection of agrupamented
calcification
in
digital mammograms. Physics in Medicine and Biology, v.35 (8),
p.1111-1118, 1990.